domingo, 4 de novembro de 2012

Laboratório Alquímico das Almas Trovadorescas

A presença de judeus em Espanha vindos do oriente é muito antiga. Esses judeus são conhecidos como sefardís, porque em hebraico Sefarad é como se chama a Península Ibérica. Judeus Sefaradis migraram para Portugal e Brasil no século XVI, e Gonçalves, por exemplo, é um sobrenome sefardí, sobrenome patrocínio,    derivado de um nome próprio, Gonçalo, como o santo português, padroeiro dos violeiros, inclusive no Brasil.
O Brasil é a terra mãe que acolheu e acolhe os hindus, os ciganos, os árabes, judeus, cristãos, com escala em Espanha e Portugal, no transcurso de muitos séculos. Então a transição civilizatória em curso oferece ao Brasil esta oportunidade, ser uma civilização universal, com um lastro histórico multi cultural, de tanta etnias. Um grande terreiro, onde todas as tradições do espírito rejubilam-se em plenitude.
As técnicas de tocar ponteado e rasgueado são comuns ao bandolim, ao cavaquinho, à guitarra portuguesa, á guitarra em espanha, à viola caipira no Brasil, etc. A matriz destas técnicas, entre outras, remonta ao alaúde árabe, sem traste, tocado com palheta (pena de águia, por exemplo).
A palavra troubadour, os poetas músicos franceses, deriva da palavra árabe TARAB, que pode significar inclusive arrebatamento, e este é o dever prescrito (dharma) do músico árabe, e está disponível para o músico brasileiro nesta linhagem supracitada. O arrebatamento, parafraseando um poeta árabe, é quando, diante da manifestação da sagrada beleza sublime da grande obra de arte, mesmo os pássaros, em pleno vôo, se entregam ao divino, extasiados.
Guilherme Lessa Gonçalves dos Santos : aulas, shows, gravações, música, poesia e literatura.
guilherme.lessa@yahoo.com.br

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